nada é ruído se você aprender a gostar do som

Guilherme Polonca
1 min readApr 4, 2019

--

No princípio, era a calmaria. Então alguém desferiu na minha cara um dos socos mais deselegantes quanto é possível desferir na cara de alguém. Levantei com pronunciada dificuldade e me pus a pensar em… sei lá. Um milhão de coisas. Os olhos querendo se fechar, o corpo querendo ceder aos impulsos da gravidade. Não é possível, puta que pariu. Ontem eu fui dormir o quê, umas 11? Quem é o filho da puta que vai dormir antes das 11? Quem é esse filho da puta?

O aplicativo que mui pomposamente se propôs a analisar meu sono me avisa que eu passei vinte minutos acordado mais ou menos à uma da manhã, mas eu não passei vinte minutos acordado mais ou menos à uma da manhã. Será que eu tenho um alter-ego que se aproveita das minhas madrugadas pra sair por aí tomando decisões precipitadas e as pondo em prática a despeito de todo o bom senso?

Não. Seria legal demais. Esse aplicativo que nem deve funcionar direito.

Decido, então, adotar uma postura mais agressiva. Bora pra action. Nem existe sono, isso é construto social.

Eu não tô com sono, não.

Eu nem tô com sono, sono é crença limitante.

Você que é burro.

--

--

Guilherme Polonca
Guilherme Polonca

Written by Guilherme Polonca

crônicas de ódio e outros sentimentos menos nobres

No responses yet