nada além de pessoas pronunciando palavras

a crônica do dia seguinte

“olha, pra te falar a verdade eu nem sei”

e então olhou pro horizonte. a casa escura, um cheiro de mofo

“mofo me faz esquecer tudo que é real” — os olhos fixos sei lá onde

não entendi. decidi perguntar. “como assim?”

“nada bom tem cheiro de mofo, nada bom lembra mofo. dá uma fungada aí. a sensação é boa?”

funguei. não era mesmo. decidi arriscar. “então por que você deixou mofar?”

ganhei um levantar de sobrancelhas. levou a mão ao peito, esfregou.

“olha, pra te falar a verdade eu nem sei”

Sign up to discover human stories that deepen your understanding of the world.

Free

Distraction-free reading. No ads.

Organize your knowledge with lists and highlights.

Tell your story. Find your audience.

Membership

Read member-only stories

Support writers you read most

Earn money for your writing

Listen to audio narrations

Read offline with the Medium app

--

--

Guilherme Polonca
Guilherme Polonca

Written by Guilherme Polonca

crônicas de ódio e outros sentimentos menos nobres

No responses yet

Write a response