nenhum bem-estar permanecerá impune

Guilherme Polonca
2 min readNov 22, 2021

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deu 18 horas dessa segunda-feira, a despeito de todas as expectativas. levantei da cadeira, troquei o fone de casa pelos fones da rua, dei play na mesma coisa que eu estava ouvindo e, munido de um boné pra esconder os cabelos que simplesmente acordaram e começaram a trabalhar, fui dar uma volta.

eu ouvia um podcast, e o legal de podcast é que a gente lembra exatamente o que estava fazendo quando ouviu algum episódio ou algum programa em especifico. legal às vezes, depende.

lembrei do que eu estava fazendo na última vez que ouvi esse podcast, antes do hiato de que ele acabou de voltar, e a memória foi boa. não se engane: eu sou nostálgico. a maioria das memórias que eu tenho são boas, o legal é isso. mas depende, né? legal é relativo.

lembrei do quanto eu me divertia ouvindo esse podcast e fiquei com saudade, eu não acho que tenho me divertido tanto assim nos últimos tempos. mas minha mente, atenciosa que é, tratou de me lembrar das coisas ruins que também estavam acontecendo. lembrei que, à época, a diversão tão cara, tão nostálgica, tão fugaz, não passava de escapismo. mas também percebi, de repente, o restinho de sol da tarde na pele me fazendo lembrar o quanto eu gosto das coisas.

fiquei mais feliz.

daqui a uns meses, ouvindo esse mesmo podcast, eu vou lembrar de hoje e vou sentir saudade do sol na minha pele me fazendo lembrar o quanto eu gosto das coisas. à custa de uma nostalgia meio burra, meio defensiva, meio exagerada, meio… meio eu.

vou achar que naquele fim de tarde de novembro estava tudo muito bem, e que agora não está mais. o ruim da nostalgia é isso.

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Guilherme Polonca
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Written by Guilherme Polonca

crônicas de ódio e outros sentimentos menos nobres

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